PARA O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA DO BRASIL,AS PRÁTICAS INCORPORADAS RECENTEMENTE AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE,NÃO TÊM FUNDAMENTO CIENTÍFICO


Imagem relacionada

Para CFM, práticas integrativas incorporadas ao SUS não têm fundamento científico
Ter, 13 de Março de 2018 09:01

O Conselho Federal de Medicina (CFM) se manifestou, nesta segunda-feira (12), sobre a inclusão de novas práticas integrativas e complementares para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), anunciadas pelo Ministério da Saúde.

Para a autarquia, as práticas integrativas feitas no SUS não têm resolubilidade e não têm fundamento na Medicina Baseada em Evidência (MBE) – ou seja, ignoram a integração da habilidade clínica com a melhor evidência científica disponível.
"A aplicação de verbas nessa área onera o sistema, é um desperdício e agrava ainda mais o quadro do SUS com carências e faltas", explica o presidente do CFM, Carlos Vital.
Vital destaca ainda que os médicos só podem atuar na medicina com procedimentos e terapêuticas que têm reconhecimento científico e que nenhuma das práticas anunciadas nesta segunda-feira pelo ministério são reconhecidas – exceto a homeopatia e acupuntura. "A acupuntura quando praticada como especialidade médica é feita de maneira completamente diferente do que está colocado no SUS como uma prática integrativa, ou seja, é feita com base em evidencias científicas e atinge alto grau de complexidade", explica.
O dirigente do CFM classificou o investimento nessa área como prejudicial ao SUS e sugeriu ser necessário "desenvolver mais competência administrativa no âmbito do SUS, promover políticas garantam um orçamento adequado para o sistema e desenvolver um sistema controle e avaliação efetivo que possa garantir a probidade e a correta aplicação de recursos".

A posição do CFM foi externada após o Ministério da Saúde anunciar, nessa segunda-feira (12), a inclusão de dez terapias alternativas a serem oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre essas práticas, estão a cromoterapia, ozonioterapia e florais. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o coordenador da pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Internacional de Ética em Educação, Volney Garrafa, assim como o CFM, também criticou a alocação de recursos públicos para essas terapias.

"Essa priorização na alocação de recursos é feita com base na ética: o que vai trazer mais benefícios, para o maior número de pessoas, pelo maior tempo possível, trazendo menos consequências". Para Garrafa, ainda que algumas das terapias tragam benefícios, caso da meditação e da acupuntura, a questão maior é ter critérios e transparência na alocação do dinheiro público. No ano passado, o Ministério da Saúde destinou R$ 17,2 bilhões para o Programa de Atenção Básica, que, entre outras rubricas, financia essas terapias por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.


Incorporação de práticas integrativas no SUS ignora prioridades na alocação de recursos, diz CFM em nota


Ter, 13 de Março de 2018 17:05

As chamadas práticas integrativas e complementares – que receberam o incremento de mais dez modalidades pelo Ministério da Saúde nessa semana – "não apresentam resultados e eficácia comprovados cientificamente". A avaliação é do Conselho Federal de Medicina (CFM), expressa por meio de nota divulgada à imprensa e à sociedade nesta terça-feira (13).
Além da falta de comprovação científica (que torna a prescrição e o uso desses procedimentos proibidos aos médicos), a autarquia considera que a decisão de incorporação dessas práticas na rede pública ignora prioridades na alocação de recursos no SUS e cobra dos gestores medidas que otimizem a competência administrativa do sistema.
Leia abaixo a íntegra do documento ou clique aqui para acessá-lo









Comentários