PARACELSO - MÉDICO E ALQUIMISTA
Paracelso, pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln, 17 de dezembro de 1493— Salzburgo, 24 de setembro de 1541) foi um médico, alquimista,físico e astrólogo suíço.
Seu pseudônimo significa "superior a Celso (médico romano)". Entre todas as figuras erráticas do renascimento, a de Paracelso está pontada pela agitação da sua vida e pela a incoerência das suas opiniões e doutrinas. No estudo da sua biografia, facto tem sido gradualmente separado da fantasia, mas nenhum acordo foi alcançado no que respeita bem quanto à natureza e sentido de seu ensino. Ele é considerado por muitos como um reformador do medicamento. Outros elogiam suas realizações em Química e como fundador da Bioquímica. Ele aparece entre cientistas e reformadores como Andreas Vesalius, Nicolau Copérnico eGeorgius Agricola, e, portanto, é visto como um moderno. Por outro lado, sempre possuiu uma aura de místico e até mesmo obscura reputação de mágico.
Durante séculos o seu trabalho tem sido criticado como não-científico, fantástico e na fronteira com a demência sendo que muitas de suas obras são puramente religiosas, sociais e éticas de caráter.
Biografia
Infância
Paracelso nasceu em Ensiedeln, na Suíça. Seu pai era suabiano e sua mãe era suíça. Na infância, foi educado pelo seu pai, que também era alquimista e médico. Acompanhava-o nas caminhadas pelas montanhas e povoados, observando a manipulação de medicamentos. Aprendeu a gostar das plantas e ervas silvestres. Foi educado na Áustria e quando jovem trabalhou em minas como analista.Juventude
Paracelso, quando jovem, já instruido pelo pai, ao qual considevara além de instrutor, foi enviado aos cuidados dos monges do mosteiro de Santo André, na Savônia. Lá ele aprendeu sob a tutela dos monges e dos bispos Mathias Scheydt, de Rottgac e Mathias Schacht, de Freisingen e, especialmente de Eberhardt Baumgartner, tido como um dos alquimistas mais notáveis da época. Tendo concluido os estudos, e já no seu décimo sexto ano de permanência no mosteiro, ele foi enviado à Universidade de Basel e logo a seguir, foi instruído pelo abade de St. Jacob (Spanheim), emWurzburgo, um dos grandes e célebres intelectuais da época, de nome Johann Trithemius.[1][editar] Formações acadêmicas
Foi educado na Áustria e quando adolescente trabalhou no laboratório e nas minas do judeu Sigismundo Fugger, em Schwatz, no Tirol, que, como Trithemius, foi também um grande alquimista.[2] Lá Paracelso trabalhou como analista. Formou-se em Medicinana Universidade de Viena em 1510, quando tinha dezessete anos. Especula-se que ele tenha feito o seu doutorado na Universidade de Ferrara.Viagens
Viajou para vários lugares do mundo, em busca de novos conhecimentos médicos e insatisfeito com o ensino tradicional que recebeu na academia. Foi para o Egito, Terra Santa, Hungria,Tartária, Arábia, Polônia e Constantinopla procurando alquimistas de quem pudesse aprender algo. Ao passar pela Tartária, conhecido como Reino do Grande Khan, Paracelso conseguiu curar o seu filho.Regresso à Europa
No retorno de Paracelso à Europa, seus conhecimentos em tratamentos médicos tornaram-no famoso. Ele não seguia os tratamentos convencionais para feridas, que consistiam em derramar óleo fervente sobre elas; se as feridas estivessem em um membro (braço ou perna), esperava-se que elas ficassem em gangrena para então amputar o membro afetado. Paracelso acreditava que as feridas se curariam sozinhas se o pus fosse evacuado e a infecção fosse evitada.Ele rejeitava as tradições gnósticas, mas manteve muitas das filosofias do Hermetismo, do neoplatonismo e de Pitágoras; de qualquer modo, a ciência Hermética tinha tantas teoriasaristotélicas que a sua rejeição do Gnosticismo era praticamente sem sentido. Em particular, Paracelso rejeitava as teorias mágicas de Agrippa (Agrippa fora um dos outros discípulos de Trithemius) eFlamel. Ele não se achava um mago e desprezava aqueles que achavam que fosse.
Paracelso foi um astrólogo, assim como muitos (se não todos) dos físicos europeus da época. A Astrologia foi uma parte muito importante da Medicina de Paracelso. Em um de seus livros, ele reservou várias seções para explicar o uso de talismãs astrológicos na cura de doenças. Criou e produziu talismãs para várias enfermidades, assim como talismãs para cada signo do Zodíaco. Ele também inventou um alfabeto chamado "Alfabeto dos Reis Magos" e esculpiu nos talismãs nomes angelicais.
Visão e doutrina
A distinta natureza da filosofia de Paracelso é consequência da visão cosmológica, teológica, filosofia natural e medicina à luz de analogias e correspondências entre macrocosmos e microcosmos. As especulações acerca dessas analogias tinham seriamente empenhado a mente humana desde o tempo pré-Socrático e Platônico e durante toda a Idade Média. Paracelso foi o primeiro a aplicar essas especulações para o conhecimento da natureza sistemática.Isso associado com a singular posição que ele assume no que diz respeito à teoria e à prática de aquisição de conhecimentos em geral, quebrou longe do ordinário lógico, antigo e medieval e moderno, seguindo as suas próprias linhas, e é nisto que muito do seu trabalho naturalista encontra explicação e motivação.
Segundo Paracelso[carece de fontes], se o homem, o clímax da criação, une em si mesmo todos os componentes do mundo em torno dele como minerais, plantas, animais e corpos celestes, ele pode adquirir conhecimento da natureza de modo muito mais directo e "interna" do que a forma externa de consideração dos objetos pela mente racional. O que é necessário é um ato de atração simpática entre o interior representativo de um determinado objeto, na própria constituição do homem e o seu homólogo externo. A união com o objeto é então o soberano meio de adquirir conhecimento íntimo e total. Esta não é alcançada pelo cérebro, a sede da mente racional. E é num nível mais profundo, à pessoa como um todo, que é dado o conhecimento. É o seu corpo astral que ensina o homem. Por meio do seu corpo astral o homem comunica com a supraelementrariedade do mundo astral. Astrum é o contexto que denota não só o corpo celestial, mas a virtude ou atividade essencial de qualquer objeto. Isto no entanto não é atingido num estado racional de pensamento, mas sim em sonhos e transes fortificados por força de vontade e imaginação.
O que parece ser original em Paracelso, então, não é a teoria microcósmica em si mesma, nem a busca da união com o objeto, mas o emprego consistente desses conceitos como a ampla base de um elaborado sistema de correspondências na filosofia e medicina natural.
A morte
Voltou para Salzburgo em 1540, convidado pelo bispo da cidade. Faleceu em 24 de setembro de 1541 com apenas 47 anos, em um hospital, sonhando ter fabricado o Elixir da Vida. A causa de sua morte não foi esclarecida. Uma hipótese é que teria sido assassinato em 1541, como foi evidenciado na exumação de seus ossos, que mostrou uma fratura no crânio. O corpo foi velado na igreja de São Sebastião e, de acordo com o seu último desejo, foram entoados os salmos bíblicos 1, 7 e 30.A fama de Paracelso aumentou com as suas curas milagrosas e, após sua morte, a sua fama cresceu ainda mais. Um século depois, centenas de textos paracelsianos foram publicados, referindo-se quase todos a medicamentos químicos. No final do século XVI, existia já uma imensa literatura sobre a nova matéria médica. Devido ao facto de a abordagem médica de Paracelso diferir tanto daquilo que era aceitável até então, estabeleceu-se uma enorme confrontação entre os paracelsianos e o sistema médico oficial em vigor até então, confrontação aguçada pelo impacto provocado pelos humanistas, que desdenhavam das obras de Dioscorides e de Plínio, ambos muito populares no final da Idade Média, e enalteciam trabalhos menos conhecidos, especialmente os tratados de fisiologia e anatomia de Galeno. Muitos médicos seguidores de Paracelso eram alemães; na França, a confrontação foi mais agravada pelo facto de muitos médicos paracelsianos seremhuguenotes (protestantes, partidários de Calvino); na Inglaterra, tal confrontação foi menos tempestuosa, tendo sido adotados os medicamentos químicos, que eram utilizados simultaneamente com medicamentos tradicionais galênicos.
Ligações externas
- The Zurich Paracelsus Project (em inglês)
- Biblioteca Upasika: Paracelso
- Paracelso [palestra de Delmar Domingos de Carvalho no Centro Cultural de Bombarral, Portugal
- Paracelsus and the medical revolution of the Renaissance - Uma exposição na National Library of Medicine (em inglês)
- Theophrastus Paracelsus - Entrada detalhada na The Catholic Encyclopedia (em inglês)
- The Galileo Project - Notas biográficas no The Galileo Project(em inglês)
Referências
Paracelso
Médico, Filósofo e Profeta
"O que uma geração considera como o máximo de saber, é frequentemente considerado como absurdo em gerações seguintes; e o que, num século, é considerado como superstição ou ilusão, pode formar a base da ciência nos séculos vindouros." Eis uma das grandes máximas que podemos extrair dos seus vários trabalhos de Paracelso. Neles se vê que uniu a teoria com a prática – aquela deve ter origem nesta, como ele defendeu. É por isso que na sua lápide tumular, em Salzburgo, na Áustria, se diz ter ele tratado doenças, consideradas incuráveis, por meio da Ciência Maravilhosa.
Mas, em nosso entender, Paracelso continua a ser um ilustre desconhecido, a avaliar por tudo quanto que se diz em algumas fontes acessíveis através dos novos meios tecnológicos: consideram-no até o pioneiro da clonagem além de outros pontos de vista, o que nos leva a perguntar se os autores desses artigos terão lido as suas obras e que face da Verdade é que conseguiram extrair dela.
Para se conhecer Paracelso é necessário saber, com alguma profundidade, os Ensinamentos da Escola Rosacruz de que foi um dos arautos. O certo é que há boas edições em francês, em alemão, e em espanhol; em inglês poucas conhecemos e, em português, há o que todos sabem: zero.
Profetizou ele que a medicina, no futuro, iria, por meio da cirurgia, reparar alguns órgãos e substituir outros; mas Paracelso é um alquimista, um clarividente voluntário, um ser com capacidade para criar algo de novo e para restaurar, por meios que ainda hoje somente se consegue, e só em parte, pela tecnologia. Em determinado grau de desenvolvimento seremos capazes de criar um outro corpo sem a necessidade de ir ao útero, como de manipular as células, os átomos, com inteiro respeito pela vida, que é sagrada, com grande reverência e somente para fins altruístas. A Medicina do futuro será uma Ciência e Arte Espiritualizadas, como ele soube já exercer, e daí, que se fale na Ciência Maravilhosa. Paracelso chamou a esses médicos espiritualistas, possuidores de poder espiritual, capazes de usar as forças vitais das plantas, dos minerais e outras. E tudo isso em correspondência com as forças cósmicas, de acordo com as posições planetárias, o dia e a hora, sendo capaz de usar a Magia Branca. Segundo Paracelso, Hipócrates pertenceria a esse grupo de médicos.
Como clarividente voluntário, ele soube analisar as causas das epidemias, que estão nos nossos maus pensamentos, emoções, sentimentos e acções, contrárias às leis cósmicas. Tudo isso cria "larvas", etc.; Por isso, recomenda Paracelso, devemos cultivar pensamentos positivos e puros, emoções nobres, onde o altruísmo seja a nota-chave; e até chama a atenção para os perigos do uso das drogas, estupefacientes, etc., que são veículos de acesso a essas "larvas".
Por isso, afirmou conhecido alquimista, "se o nosso amor for elevado, a nossa medicina dará bons frutos; todavia, se não o for, os frutos serão bichosos". E lembrou ainda, por um lado, que "o médico deve ser caritativo, porque o egoísta muito pouco fará pelos seus doentes"; e, por outro, disse também que "o médico devia ser o servidor e não inimigo da Natureza", ou seja, que ele deve seguir as Leis Naturais. E o que tem feito a Ciência materialista e egoísta em todas as áreas? Basta ver como está o meio ambiente.
Quanto à alimentação, Paracelso lembrou um ditado muito antigo: "o ser humano é aquilo que come". É tempo de seguirmos os regimes sem carne nem peixe ou derivados, nem bebidas alcoólicas. Mas, houve, porém, um Judas que até o difamou sobre esta área como noutras: a resposta encontrá-mo-la no texto que ele próprio escolheu para ser lido no seu funeral: os Salmos 1, 7 e 30.
Em 1993 comemoraram-se 500 anos sobre a data do seu nascimento. Procurámos, por vários meios, obter os elementos que necessitámos para dar-lhe o mínimo de dignidade. Uma das fontes foi a Biblioteca da Universidade de Zurique, Suiça, designadamente a página que foca a sua passagem por Lisboa em 1518: é valioso o relato que ele faz sobre a cosmopolita cidade e os seus contactos com colegas do Oriente. Paracelso tinha mente aberta.
Nesse ano, Paracelso – que tinha sido expulso de professor da Universidade de Basileia devido às suas ideias demasiado elevadas, e ainda o são, por pertencerem à Idade do Aquário, sendo contrário ao ensino escolástico – foi reabilitado e integrado. Esta noticia dá-a a revistaL’Herbo, da Suiça, e é de autoria de Alfred Berchtold, professor universitário especialista em História Cultural daquele país.
Na sua obra sobre as profecias, numa das gravuras, surge sobre uma Rosa e uma letra F, maiúscula, num contexto que nos comunica que a Fraternidade será uma realidade no futuro e o símbolo, a Rosa, será a arauta.
No fundo, Paracelso foi o pioneiro da iatroquímica; da homeopatia, da medicina no trabalho, dos médicos sem fronteiras, do estudo das ondas ou vibrações magnéticas; da psicologia empírica; da botânica oculta, da medicina neo-hipocrática, criando e incentivando a Escola de Iniciação Rosacruz em vários países.
Na era de grandes mudanças e de dores imensas lembremos uma das suas máximas: "não existe nenhuma enfermidade, por terrível que seja, para a qual deus não haja previsto a cura correspondente."
Delmar Domingos de Carvalho
Fonte:http://www.fraternidaderosacruz.org/deusinterno.htm
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